01 set Vinho na garrafa PET?

Muitas pessoas das novas gerações, nem sabem o que é um refrigerante em garrafa de vidro. Não sabem o que é vasilhame ou um engradado.

Parece que a cultura das garrafas de vidro para refrigerante fazem parte de um passado muito distante, mas no Brasil há pouco mais de 40 anos atrás, as garrafas de vidro eram a base do comercio de refrigerantes no país.

O PET surgiu como o produto mais adequado para substituir o vidro pois era muito mais leve, inquebrável, reciclável e representava uma redução significativa no custo e tempo de produção.

As antigas garrafas de vidro precisavam ser lavadas e isto gerava um alto custo para indústria, fora as perdas devido à quebra e o risco de acidentes, ainda tinha a questão do peso no transporte e locomoção.

A embalagem de PET veio pra ficar e ganhou o mercado de refrigerantes, se consolidando a partir da década de 90 no Brasil.

Mas será que o vinho pode ser envazado em garrafa PET?

A resposta a esta pergunta é fácil: Sim, o vinho pode ser envazado em garrafa PET e já existem empresas fazendo isso.

No Brasil temos o exemplo da vinícola Zanlorenzi que aposta no  Vinho Campo Largo PET, que  é 50% mais econômico se comparado ao Vinho Campo Largo 750ml em embalagem de vidro.

Mas será que o consumidor aprova?

O consumo de vinho está associado a um certo “glamour” e os fabricantes ainda se questionam se a embalagem PET seria mal vista pelo mercado consumidor.

Em entrevista para a revista Super Interessante o enólogo neozelandês, Peter Yealands, afirma que não há qualquer problema em se colocar o precioso líquido (vinho) em garrafas PET e ainda diz que “este é o futuro desse mercado e um caminho sem volta”. (https://super.abril.com.br/coluna/planeta/vinho-em-garrafa-pet-voce-tomaria)

Parece uma postura radical, mas devemos estar atentos as novas possibilidades do mercado.

O vinho lançado pelo enólogo neozelandês  teve aceitação pelo público consumidor pois, sua propaganda tinha um apelo de praticidade, leveza e a redução da emissão de carbono na ordem de 54%. Um número considerável, se levarmos em conta que a produção de vinho corresponde a 1% das emissões de gases do efeito estufa. O que representa que, cerca de 6,3 bilhões de toneladas destes gases deixariam de ser lançados na atmosfera.

As antigas e charmosas rolhas de cortiça vem sendo substituídas por tampas de rosca e, o que também parecia ser um “tabu” caiu por terra. As tampas de rosca vem ganhando o mercado de vinhos comerciais e sofisticados.

Na Austrália o mercado de embalagens PET para vinho tem ganhado força, principalmente para os produtos de “linha comercial”, tanto por sua praticidade, quanto leveza, sendo carinhosamente chamadas de “garrafas ecológicas” devido ao fato de serem 100% recicláveis.

No momento a embalagem PET para vinho ainda é pouco utilizada no Brasil mas, num mercado que está sempre em mudança e se inovando a cada momento, é preciso estar atento a novas possibilidades.

E você, tomaria vinho envazado em garrafa PET?